Outono de 1975 (4) UM MURRO na MESA

"Quando alguns colegas de direcção do partido sugeriram um recinto de média dimensão, Soares deu um murro na mesa: ele, pelo contrário, apostava no maior espaço disponível de Lisboa. "Mandem já marcar a Alameda!"
No dia 18, os comunistas e alguma esquerda militar procuraram barrar os acessos no Porto. Sem êxito: o comício no Estádio das Antas, que abarrotava de gente, foi um sucesso. E o melhor dos ensaios para a concentração de Lisboa.
Na própria edição do dia 19 o Diário de Notícias – dirigido pela Luís de Barros e José Saramago (que saneavam os jornalistas a torto e a direito) – dava o mote no bloqueio do comício da capital, com esta larga manchete: "Povo e militares nas barricadas em defesa da Revolução".
A Intersindical convocava-os trabalhadores a "integrarem-se nas barreiras".
O PCP em comunicado, ia mais longe: "É preciso cortar o passo à reacção! É necessário levantar barragens para impedir uma marcha sobre Lisboa."
Apesar das barricadas, a Alameda transformou-se num mar de gente – da Fonte Luminosa às imediações do Instituto Superior Técnico
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