LIBERALITAS JULIA

Estórias d´Évora

quinta-feira, julho 20, 2006

ISRAEL e os TRASTES



"Trastes, Tristes e o Povo do Libano A esquerda folclórica (liderada por umas pestanudas arrivistas soarengas) e a direita seguidista (são uns tristes...) fazem coro carpideiro em defesa do martirizado povo do Líbano. É curioso que não se lembraram desse mesmo povo quando ele foi ocupado pela OLP, nem se lembraram dele quando foi ocupado e oprimido pela Síria, levando a uma das primeiras manifestações de resistência interna quando os dirigentes de Damasco quiseram decidir resultados eleitorais através da eliminação física de candidatos. Nem se lembraram de louvar a retirada das forças israelitas, quando elas decidiram desguarnecer unilateralmente a zona de segurança que consensualmente se tinha formado no Sul do Líbano, nem se lembraram de lamentar que o Líbano esteja desde então sujeito a aboletar, a expensas e riscos próprios, os títeres bombistas da Hezbollah, que não estão ali decerto a defender interesses libaneses. Pouco lhes importa que o libanês comum já tenha manifestado, com risco da própria vida, o seu desagrado pela presença desses terroristas no seu território, uns parasitas que trazem a miséria e a opressão com eles.*** O que verdadeiramente lhes importa é que Israel tenha usado da arma da retaliação – precisamente aquela de que os terroristas estavam à espera, a única linguagem que (ainda) compreendem. O que lhes importa é que Israel não tenha mostrado medo e tenha respondido à altura. O que lhes importa é que Israel não se tenha sujeitado a aceitar cobardemente a sorte dos seus soldados raptados. O que os frustra é que a «vítima do costume» deixou de aceitar ser vítima.A própria França, sempre dúplice nestas coisas (lídimos herdeiros da "aranha universal", Louis XI, e que também trocaram as voltas inúmeras vezes aos interesses portugueses), veio mesmo considerar "desproporcionada" a reacção, ainda fumegantes os escombros que deixou na Côte d'Ivoire por causa de um incidente infinitamente menos grave. Dos entusiastas de cá fiquei a saber que, se um dia uns terroristas marroquinos se instalarem na fronteira de Badajoz com a conivência de Espanha e começarem a bombardear Elvas, eles defendem que nós nos resignemos (não é assim, seus patriotas? Ou será que temos duplicidade de critérios?)*** «Martirizado povo do Lí­bano» é argumento que só aceito com provas dadas de protesto activo contra a ocupação violenta que sí­rios e terroristas têm vindo a perpetrar sobre aquele lindo paí­s há decénios.
Tudo o resto é crapuloso anti-semitismo, é a negação do direito de defesa de um país soberano cujas forças militares foram atacadas, e é através dessa negação a óbvia negação da legitimidade do próprio Estado de Israel.
Não me surpreende, vindo da parte daqueles que adoraram o "Sol" da pátria dos "pogroms" quando ela era "paraí­so socialista"; menos me surpreende naqueles que, estremunhados ainda com os seus delí­rios conspirativos, ainda pensam na «Solução Final» como uma oportunidade perdida (por vezes penso que é tudo a mesma gente, são uns trastes).
Surpreende-me em gente que, batendo com a mão no peito e protestando o seu acrisolado amor pela humanidade, aplica esse critério de humanidade com uma selectividade que nenhum critério moral e nenhuma honestidade í­ntima consentem. Esses é que são uns tristes."


Publicado pelo O Jansenista em 18Julho de 2006

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Apoiado. A este propósito veja-se o excelente artigo de Pedro Lomba no DN de hoje.

7:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Enjoyed a lot! » »

9:35 da tarde  

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