LIBERALITAS JULIA

Estórias d´Évora

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Estado policiesco

"Protecção das espécies
Ah, e também passa a ser proibido pescar a menos de 10 menos do pescador mais próximo. Imagina-se que esta lei vise proteger as espécies piscícolas do perigo que representam dois anzóis demasiado próximos.
Ou então o legislador pretendia apenas impedir que dois pescadores passem uma tarde inteira a tentar pescar o mesmo peixe.
Seja como for, os pescadores podem esquecer o convívio."
JoaoMiranda no blog Blasfémias

Os cidadãos sabem que a sua privacidade está ameaçada, que podem ser , observados, escutados, controlados e ameaçados;sabem que a todo o momento lhes podem entrar pela casa dentro e devassar a sua vida privada até ao mais ínfimo detalhe por alguém que o faz a título oficial e na qualidade de funcionário do Estado.
Caminhamos para um mundo onde eventualmente a ASAE, não servirá só para controlar e verificar os restaurantes, o brinde do bolo-rei e os galheteiros e passará a entrar nas nossas casas e ir aos nossos frigorificos ver se temos o peixe misturado com a carne ou há quanto tempo procedemos ao congelamento dos mesmos.
Não está longe o tempo em que teremos os burocratas, polícias, cientistas, fiscais a verificarem as condições de bem estar do nosso gato, piriquito ou canário.
Seguramente que os mesmos vigilantes tentarão saber qual a frequência com que temos relações sexuais, se o fazemos com preservativo e com quem, quantos copos bebemos ao jantar, quantos charutos fumamos e que funeral pretendemos ter.
Há poucos anos (durante a presidência de Abilio Fernandes, houve mesmo um arquitecto, director do DAU, que levou a reunião pública da Camara, uma proposta em que os jazigos passariam a obrigatoriamente terem projecto subscrito por um arquitecto; imperou o bom senso e por unanimidade tal proposta foi regeitada, não permitindo que mesmo depois de mortos fosse possivel ao referido arquitecto exercer o poder discricionário em que era useiro e vezeiro.