A incrivel historia de Américo Mendes
"Um empresário da noite, condenado por vários crimes e que se encontra fugido da Justiça desde há sete anos, foi indultado pelo Presidente da República. Cavaco Silva não terá recebido toda a informação relativa ao processo. A oposição pede explicações ao ministro da Justiça.
Militante do PSD entre 1988 e 1991 (no auge do cavaquismo), Américo Mendes sempre se gabou de ter amigos influentes. E, pelos vistos, tem mesmo. Condenado a cinco anos de prisão, pouco tempo passou atrás das grades. Fugiu à Justiça, tem diversos mandados de captura mas, mesmo assim, foi-lhe concedido um indulto pelo Presidente da República.
“Parece uma enguia, escapa-se sempre. Nunca baixa os braços”, diz quem o conhece há vários anos.
A mãe era proprietária de uma pequena mercearia num bairro de Évora. Mas Américo nunca se sentiu tentado pelo “ganha-pão” da família. Fez-se à vida por outros lados, meteu-se na compra e venda de gado, dedicou-se a actividades do ramo automóvel e acabou por ir parar aos negócios da noite.
Começou com uma pequena discoteca no centro histórico da cidade, a que deu o nome de “Américo's”, e cuja existência efémera foi marcada por constantes queixas da vizinhança.
Assim, em 1992, adquiriu em hasta pública um terreno pertencente à Câmara de Évora. Comprometeu-se a pagar 50 mil euros (10 mil contos). Deu metade, logo à cabeça, e ficou de pagar o restante no acto da escritura. O que nunca sucedeu.
Nada que o impedisse de avançar com as obras e, mesmo sem licença, abrir aquela que, à época, era a maior discoteca da cidade. Chamou-lhe “Terminal Sul”. É já com a discoteca a funcionar, que começam os problemas de Américo Mendes com a Justiça, muitos deles decorrentes de dívidas a fornecedores e ao Estado.
Num desses processos, foi condenado a quatro anos e meio de cadeia, por abuso de confiança e burla. Noutro – o que lhe valeu o indulto do Presidente da República – apanhou mais seis meses, acrescidos do pagamento de uma multa de cerca de 25 mil euros.
Paradeiro incerto
Por esta altura, já o empresário havia voltado a negociar o terreno da discoteca com a Câmara de Évora, à época gerida pelo comunista Abílio Fernandes. Um perito do Tribunal da Relação avaliou o imóvel em 400 mil euros (80 mil contos), a autarquia ofereceu 350 mil e Américo fechou o negócio.
Detido preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora, aproveitou uma saída precária, agarrou no dinheiro e despediu-se da filha, deixando o país para escapar à Justiça.
De então para cá, as versões sobre o local do seu paradeiro mudam conforme o interlocutor. Há quem jure que foi para o Brasil, outros dizem Moçambique, Guiné-Bissau ou África do Sul. “Tanto quanto sei, estará no Sul de Espanha, metido num negócio de compra e venda de automóveis usados”, refere um amigo, com quem se fala de tempos a tempos.
Certo é que as autoridades nunca mais o encontraram. Nem mesmo quando regressa à cidade para matar saudades.
Perdão de Cavaco
Com o passar dos anos, Américo Mendes deixou de ser um nome falado em Évora. Até o semanário “Expresso”, na edição de ontem, revelar que um engano do Ministério da Justiça levou o Presidente da República a conceder um indulto ao empresário, por alegadas “razões de ressocialização”.
Segundo apurou o 24horas, o processo perdoado por Cavaco – num decreto onde também consta a assinatura de José Sócrates – tem o número 1293/98.7 e foi julgado em 2000 pelo 2º Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Évora.
O Presidente da República não terá sido informado pelo Ministério da Justiça da existência de outras condenações e de mandados de captura, tendo concedido o perdão de pena em vésperas de Natal. Tanto o PSD como o CDS-PP já exigiram ao ministro da Justiça esclarecimentos sobre o caso."
Luis Maneta
Militante do PSD entre 1988 e 1991 (no auge do cavaquismo), Américo Mendes sempre se gabou de ter amigos influentes. E, pelos vistos, tem mesmo. Condenado a cinco anos de prisão, pouco tempo passou atrás das grades. Fugiu à Justiça, tem diversos mandados de captura mas, mesmo assim, foi-lhe concedido um indulto pelo Presidente da República.
“Parece uma enguia, escapa-se sempre. Nunca baixa os braços”, diz quem o conhece há vários anos.
A mãe era proprietária de uma pequena mercearia num bairro de Évora. Mas Américo nunca se sentiu tentado pelo “ganha-pão” da família. Fez-se à vida por outros lados, meteu-se na compra e venda de gado, dedicou-se a actividades do ramo automóvel e acabou por ir parar aos negócios da noite.
Começou com uma pequena discoteca no centro histórico da cidade, a que deu o nome de “Américo's”, e cuja existência efémera foi marcada por constantes queixas da vizinhança.
Assim, em 1992, adquiriu em hasta pública um terreno pertencente à Câmara de Évora. Comprometeu-se a pagar 50 mil euros (10 mil contos). Deu metade, logo à cabeça, e ficou de pagar o restante no acto da escritura. O que nunca sucedeu.
Nada que o impedisse de avançar com as obras e, mesmo sem licença, abrir aquela que, à época, era a maior discoteca da cidade. Chamou-lhe “Terminal Sul”. É já com a discoteca a funcionar, que começam os problemas de Américo Mendes com a Justiça, muitos deles decorrentes de dívidas a fornecedores e ao Estado.
Num desses processos, foi condenado a quatro anos e meio de cadeia, por abuso de confiança e burla. Noutro – o que lhe valeu o indulto do Presidente da República – apanhou mais seis meses, acrescidos do pagamento de uma multa de cerca de 25 mil euros.
Paradeiro incerto
Por esta altura, já o empresário havia voltado a negociar o terreno da discoteca com a Câmara de Évora, à época gerida pelo comunista Abílio Fernandes. Um perito do Tribunal da Relação avaliou o imóvel em 400 mil euros (80 mil contos), a autarquia ofereceu 350 mil e Américo fechou o negócio.
Detido preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora, aproveitou uma saída precária, agarrou no dinheiro e despediu-se da filha, deixando o país para escapar à Justiça.
De então para cá, as versões sobre o local do seu paradeiro mudam conforme o interlocutor. Há quem jure que foi para o Brasil, outros dizem Moçambique, Guiné-Bissau ou África do Sul. “Tanto quanto sei, estará no Sul de Espanha, metido num negócio de compra e venda de automóveis usados”, refere um amigo, com quem se fala de tempos a tempos.
Certo é que as autoridades nunca mais o encontraram. Nem mesmo quando regressa à cidade para matar saudades.
Perdão de Cavaco
Com o passar dos anos, Américo Mendes deixou de ser um nome falado em Évora. Até o semanário “Expresso”, na edição de ontem, revelar que um engano do Ministério da Justiça levou o Presidente da República a conceder um indulto ao empresário, por alegadas “razões de ressocialização”.
Segundo apurou o 24horas, o processo perdoado por Cavaco – num decreto onde também consta a assinatura de José Sócrates – tem o número 1293/98.7 e foi julgado em 2000 pelo 2º Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Évora.
O Presidente da República não terá sido informado pelo Ministério da Justiça da existência de outras condenações e de mandados de captura, tendo concedido o perdão de pena em vésperas de Natal. Tanto o PSD como o CDS-PP já exigiram ao ministro da Justiça esclarecimentos sobre o caso."
Luis Maneta
6 Comments:
A mãe era militante do PCP e controleira do mesmo no Bairro de Sto. António.
O que espanta é como é que se consegue construir e abrir ao público um edificio não licenciado e construido num terreno ainda não pago à Camara de Abilio.
Mais espantoso, porque é que Abilio compra um edificio não licenciado e portanto sem licença de habitabilidade?
Seria curioso ver a escritura de compra e venda e a respectiva licença de habitabilidade.
O que espanta são as baboseiras que os XUXAS escrevem sobre aquilo que não sabem ou não compreendem.
Para eles comprar por 350 aquilo que o tribunal avaliou em 400, foi um mau negócio. Bom negócio, para eles, é gastar 2 milhões contos na Praça de Touros da família Torres. Esse sim, é um "negócio público" sem mácula.
Coitados, escrevem os maiores disparates com a maior das naturalidades. É o PS NO SEU MELHOR.
Não admira a desgraça em que se encontra este País, governado por tais incompetentes há mais de 12 anos.
Parece que a camara do Abilio comprou um edificio construido (Fabrica da Música) SEM LICENÇA, num terreno que não chegou a ser integralmente pago à CME, proprietária anterior do referido lote.
Há aqui alguma coisa mal contada....
Estranho? Não nem por isso......
Concerteza que há alguma coisa mal contada... Porque não a sabes contar, mas apenas insinuar.
Onde não nada mal contado é na negociata da Praça de Touros: dois milhões de contos de dinheiros públicos gastos em edifício particular e que continua particular. Isto não é gestão é roubo!
Enganas-te, nocaso da Fabrica da Musica, sei exactamente do que falo.
Quanto aos 2 milhões, são gastos afim de usarem a Praça de touros por um largo periodo de tempo, mais ao menos o mesmo que os direitos de superficie que os comunistas venderam aos desgraçados da Malagueira.
Bem se vê que não sabes do que falas. Nem sobre o mau negócio da discoteca, nem sobre o bom negócio da Praça de Touros, nem sobre o direito de superfície e a evolução legal nesta área.
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