LIBERALITAS JULIA

Estórias d´Évora

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Aceitam-se bocas dos camaradas da Rua de Aviz


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gostaria, como militante do Partido Socialista, de declarar publicamente o meu apoio e concordância com Manuel Alegre, na sua recente tomada de posição relativamente à intervenção política e às palavras de Augusto Santos Silva, num suposto debate interno acerca das moções a apresentar ao próximo congresso. De facto , as sucessivas intervenções do ministro da propaganda do PS caracterizam-se pelo dogmatismo, pela política da verdade única e pela incapacidade de compreender que um partido político moderno é mais de que a arregimentação de militantes passivos, que por seguidismo, necessidade ou medo deixaram de ter ideias e vontade próprias.

Há de facto medo no PS e na sociedade portuguesa, pelos mais variados motivos.
Têm medo os empresários, de que não lhes sejam permitidos os apoios, ou os financiamentos dados a outros; têm medo os funcionários públicos, relativamente aos chefes de nomeação política; têm medo os professores, da avaliação e do ministério, avaliação necessária mas imposta; e têm medo muitos militantes socialistas de perderem os seus lugares, ou o aceso aos benefícios pessoais que retiram da actividade política. Lugares e benefícios que há muito deixaram de ser decididos pela razão do mérito e que agora são o resultado da fidelidade ao chefe.

É aqui que Augusto Santos Silva se distingue, na obsessão da fidelidade ao líder, como condição da actividade política. No momento em que se prepara mais um congresso do Partido Socialista, a missão de Augusto Santos Silva é matar à nascença qualquer veleidade de debate livre e de novas ideias para o PS e para Portugal. Augusto Santos Silva está apenas interessado em “malhar neles”, começando logo por malhar nos militantes do PS, aqueles que ainda pensam habitar o mesmo partido dos anos setenta a noventa, ou nos que passaram com esperança renovada pelos Estados Gerais para uma Nova Maioria. De facto, não estão no mesmo partido. O PS, como partido político da liberdade e do debate político e das novas ideias para Portugal, já não existe e o que há são sedes sem vida, militantes que olham a competição e a concorrência com medo. A quem permanentemente é inculcada a ideia de que divergir e criticar é traição ao PS e bênção para os adversários políticos. “Quem se mete com o PS leva”, fez escola no PS.

Relativamente a Manuel Alegre, que sempre admirei, apesar de algumas vezes dele ter discordado, surpreende-me que não tenha, aparentemente, compreendido a razão do apoio de Augusto Santos Silva à sua candidatura. Esse apoio tem a marca de uma velha cartilha política, muito praticada entre nós, cujo objectivo é aumentar o valor pessoal junto do novo chefe, previsivelmente vencedor. Porque, como Manuel Alegre bem sabe, em política uma coisa são convicções, hoje muito desvalorizadas no mercado político nacional, e outra, bem diferente, é tratar de fazer carreira. Augusto Santos Silva e alguns outros, felizmente poucos, ex-apoiantes de Manuel Alegre há muito que escolheram a segunda possibilidade e é bom que disso exista a consciência.

Subscrevo-me com cordiais saudações socialistas
Henrique Neto",

Militante socialista, no Público 7 Fevereiro, 2009

4:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Em Outubro, vou matar um PORCO!... e dois ou três bácoros...

2:53 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home