LIBERALITAS JULIA

Estórias d´Évora

segunda-feira, julho 21, 2008

Governantes da 3ª Républica

"Ao extorquirem dinheiro aos portugueses, pela via dos impostos, para de seguida o transferirem para os amigos do poder, sob a forma de grandes obras públicas, os governantes terão instalado um novo tipo de feudalismo pós-moderno, que poderíamos designar por terrorismo fiscal."

Paulo Morais

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Depois da façanha em Angola, o primeiro-ministro foi à Líbia dar um grande abraço a Muamar Kadhafi. Qual será o próximo passo? Bin Laden?

1:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O MERCADO E AS IDEIAS

«1. Não vale a pena criticar Bush. Tornou-se um lugar-comum. Mas vale a pena insistir: o neoliberalismo, como ideologia e modelo da chamada "democracia liberal", esgotou-se. Está a conduzir o Ocidente - e talvez o mundo - a uma crise do capitalismo pior do que a de 1929.

Vale a pena, porque muitos políticos, intelectuais e economistas, embora reconheçam a crise, que aí está a instalar-se, ainda pensam poder resolvê-la sem abandonar o modelo neoliberal, que afirma o primado do mercado sobre tudo o resto. O que representa uma contradição insanável. Porque foi este modelo economicista, anti-social e anti-ambiental, que nos conduziu aonde estamos.

O “Courrier Internacional”, no número que chegou a Lisboa sábado passado, anuncia em grandes letras na primeira página: "O regresso de Marx." E, em subtítulo, escreve: "Como o século XXI repõe na actualidade o pensador do capitalismo." Com efeito, 2008 celebra o 190.º aniversário de Karl Marx e os 160 anos da publicação do Manifesto Comunista.

Depois do colapso do comunismo, em 1989-91, parecia que o mercado seria o centro do mundo e a sua bússola. Chegou a confundir-se mercado e democracia. Contudo, o capitalismo financeiro, especulativo e dito de casino, do séc. XXI, e o descalabro a que está a conduzir o Ocidente - e as desigualdades e exclusões sociais que provoca - suscitam uma nova reflexão sobre a obra de Marx, a que, aliás, o politicólogo francês Jacques Attali procedeu há três anos num livro intitulado “Karl Marx ou l'esprit du Monde, 2005”, e a que os alteromundialistas, à falta de melhor, hoje se agarram...

Seja, porém, como for - e o futuro próximo o dirá - à "democracia liberal" terá de suceder a democracia social e ambiental, com uma grande preocupação distributiva e socialmente inclusiva. Se quisermos evitar revoltas graves e violentas, senão revoluções... Um caminho que passa pelo regresso em força aos valores éticos, ao respeito pelos Direitos Humanos, pela Lei, pelo Direito Internacional, pelo diálogo multicultural e inter-religioso, pelo respeito pelo outro e pelo direito à diferença, pela solidariedade e, sobretudo, pela paz.

Porque não é o mercado - não obstante a sua importância para assegurar a liberdade individual - nem, muito menos, a economia que conduzem o mundo. São as ideias. Como há mais de um século escrevia o grande Antero de Quental, fundador do Partido Socialista, em 1875...»


Mário Soares
in Diário de Notícias, 22.07.08

7:37 da tarde  

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