LIBERALITAS JULIA

Estórias d´Évora

sexta-feira, julho 11, 2008

O estado do Estado

..."O Estado e a sua maquinaria deixou para trás o mito do fim da burocracia e aprofundou-a, agora com mais tecnologias de controlo, mais zelo e dados.
O Estado escuda-se da crise para investir forte e feio contra os segredos dos cidadãos, descobrindo as moedas escondidas sob o colchão, os vinte Euro ganhos numa aula dada nos confins de Atrás do Sol Posto, questionar a inclusão do paracetamol ou de um livro sobre borboletas no IRS, exigir a devolução de uns míseros cobres mal parados.
A crise reforça o Estado e nada nada há melhor que o medo para justificar a retoma do controloeirismo e da vigilância que lhe restituem a dignidade semi-divina que se havia eclipsado nos tempos de fartura.
Em tempos de crise, a única crise que não existe e atormenta é a do Estado.
Cidadãos fracos e temerosos, Estado forte e agressivo. Assim foi no passado, assim o é no presente. Bendita crise !"

Combustões em 10.7.08