LIBERALITAS JULIA

Estórias d´Évora

quarta-feira, maio 30, 2007

OTÁRIOS

terça-feira, maio 15, 2007

Os jornalistas e a Camioneta Fantasma

A Camioneta Fantasma

"O 19 de Outubro de 1921 foi o fim da 1ª República.
Formalmente ela continuou até 28 de Maio de 1926.
Pelo meio, alguns episódios grotescos de um regime em degenerescência: as governações de António Maria da Silva, o carbonário tornado o chefe todo poderoso do PRP e dos respectivos caciques... a eleição de Teixeira Gomes para a Presidência da República, uma manobra de Afonso Costa para tentar regressar ao poder; a renúncia de Teixeira Gomes que abandonou o país no primeiro barco que zarpou da barra de Lisboa com destino ao estrangeiro.

(O destino foi Argel, onde se confortou nos braços de jovens mocinhos do sexo masculino)
Sentindo as ameaças que se abatiam sobre ele, António Granjo buscou refúgio na casa de Cunha Leal...
... Todavia, a denúncia de uma porteira guiou os seus perseguidores ... marinheiros e soldados da GNR invadiram o quarto onde estava António Granjo e descarregaram as suas armas sobre ele.
Caiu crivado. Um corneteiro da Guarda Nacional Republicana cravou-lhe um sabre no ventre. Depois, apoiando o pé no peito do assassinado, puxou a lâmina e gritou: «Venham ver de que cor é o sangue do porco!»
A camioneta continuou a sua marcha sangrenta, agora em busca de Carlos da Maia, o herói republicano do 5 de Outubro e ministro de Sidónio Pais.
Então, o cabo Abel Olímpio, o Dente de Ouro, agarrou-o pelo braço e arrastou-o para a camioneta que se dirigiu ao Arsenal.
Carlos da Maia apeou-se.
Um gesto instintivo de defesa valeu-lhe uma coronhada brutal. Atordoado pelo golpe, vacilou, e um tiro na nuca acabou com a sua vida
A camioneta, com o Dente de Ouro por chefe, prosseguiu na sua missão macabra. Era seguida por uma moto com sidecar, com repórteres do jornal Imprensa da Manhã. Bem informados como sempre, foram os próprios repórteres que denunciaram: «Rapazes, vocês por aí vão enganados... Se querem prender Machado Santos venham por aqui...»Na Avenida Almirante Reis, a camioneta imobiliza-se devido a avaria no motor. Dente de Ouro e os camaradas não perdem tempo.
Abatem ali mesmo Machado Santos, o herói da Rotunda.
Não encontraram Pais Gomes, ministro da Marinha. Prenderam o seu secretário, o comandante Freitas da Silva, que caiu, crivado de balas, à porta do Arsenal.
O velho coronel Botelho de Vasconcelos, um apoiante de Sidónio, foi igualmente fuzilado...
...Depois da implantação do salazarismo, a Seara Nova, e os líderes republicanos, em Portugal e no exílio, dedicaram-se à piedosa tarefa de branquearem a 1ª República...
...Mas o facto é que esse branqueamento era falso e era uma mistificação histórica.
Condenada por todos, a 1ª República cairia sempre e em qualquer circunstância. Todos, desde a Seara Nova à Cruzada Nun’Álvares pediam a Ditadura.
Não se referiam, certamente, ao mesmo tipo de Ditadura.
Mas quando ela apareceu, começou por ser uma ditadura de republicanos moderados (Mendes Cabeçadas) para rapidamente passar para as mãos da direita e depois de Salazar."


Publicado por Joana no SEMIRAMIS

sexta-feira, maio 11, 2007

Évora e o MaisEvora

Sobre o Mais Évora e os autores/comentadores do mesmo escreve um eborense:

"De facto, Évora está condenada ao declíneo.
Com pretensos "sábios", que de tudo botam discurso, que parece terem opinião sobre todos os temas, mas que afinal não passam de meros burocratas, socialistas, comunistas e social-democratas.
Com pessoas destas, Évora não pode avançar um milimetro sequer.
A preocupação é apenas com os seus bolsos, e com os seus privilégiozinhos adquiridos nos ultimos 33 anos, se bem que nos ultimos 6 a vilanagem tem sido muito maior!!!!!
Évora não desenvolve, nem é com este PDM que vai desenvolver.
Os aviões não aparecem!
O comercio definha!
Os serviços pioram!
O Centro historico agoniza!
A Universidade murcha!

Em contrapartida...
A inveja cresce!
A maldicencia floresce!
A incompetencia, tal como o azeite, vem ao de cima!

Não há por aí um António de Oliveira Salazar que venha por cobro a isto???
Sim, com PIDE e tudo, para ver se os secretários amansam, os sub-secretários recolhem a lingua, e os chefes vão para o Tarrafal!
Depois era só exigir competencia, honestidade e amor à cidade!"


Comentador anónimo no Mais Évora em 11 Maio, 2007 19:21

quinta-feira, maio 10, 2007

Onde param as Biclas?


Onde param as "biclas" comunistas?
Só encontro os estacionamentos "design" das mesmas, mas de biclas, nicles.
Dão-se alvissaras a quem souber do seu paradeiro ou quem embolsou % na compra das mesmas...

quarta-feira, maio 09, 2007

O estado do ESTADO

"Caríssimo senhor Estado

Não sei se me vai ler, excelentíssimo Senhor, que se afirma, entre outros predicados, como Pessoa de Bem. Sei, sim, que ao longo destes meus 68 anos de existência por diversas vezes fui ludibriado pela Vossa astuta perícia em matéria de negociações. Parabéns por isso. Na minha condição de fraco, para não dizer nulo negociante – várias foram as situações em que, em linguagem vernácula, V.Exª. conseguiu enrolar-me. A última das quais – com reflexos para o resto da minha pobre vida. Falo da “pensão de reforma” que tiveram a caridade de me atribuir – cerca de 800 euros – sempre em trabalho efectivo como regente-agrícola, com cerca de 12 anos em Moçambique, a ganhar (e seguramente a descontar – porque trabalhava para V.Exª.!) mais do triplo do que os meus colegas que tiveram o bom senso de não abandonar o berço-pátrio.

Mais 4 anos, como vereador a tempo-inteiro da Câmara Municipal de Évora, “percebendo”- percebem? - no mínimo 5 vezes mais do que os ditos colegas da chamada função pública.

Pois bem, os meus descontos de Moçambique, com o abençoado tumulto da sua sagrada independência – não sei o que lhes fizeram. A dicotomia privado/estado – Caixa Nacional de Pensões/Caixa Geral de Aposentações – uma baralhação total em que não tive habilidade para me movimentar. Acenou-me V.Exª com os tais não sei quantos contos da “privada”, mais outros não sei quantos contos da chamada pública, e não tive alternativa que não fosse agradecer e abençoar a
Vossa benemérita e caridosa “Tensa”. Mas, fique sabendo, V.Exª. aproveitou-se da minha falta de influências, da minha notável falta de capacidade de manobra - para me ludibriar.

Ponto dois: Tenho carta de condução desde os meus 18 anos. Há, portanto, 50! E tantas têm sido as vicissitudes por que tem passado o seu processo de actualização, que daria uma excelente tese de doutoramento para qualquer estudioso de legislação. Pós-Código Romano. Ou de Hamurabi (para a circulação de carroças e afins, evidentemente!)

Pessoalmente devo confessar que só renovo a carta no dia aziago em que sou interceptado pela prestimosa Brigada de Trânsito. Com uma forte multa em cima, a última de que me recordo no valor de 25 contos, quando tripulava um velho Austin que não valia mais de 15.

Pois bem, actualizei o negregado documento em 2 000, por força da mudança do bilhetinho de cartolina avermelhada para o actual modelo de plástico – menos erosionável e mais fácil de acomodar. E foi-lhe atribuída validade até ao dia não sei quantos de não sei que mês do ano de 2003. Acontece que até 6ª.Fª. à noite (às duas da manhã – ver minha estória anterior neste Jornal) ou os meus documentos nunca foram consultados pela Polícia, ou, se o foram, nunca se aperceberam que a validade da carta expirara ou estava em vias disso. Azar meu! Brigada de Trânsito às 2 da manhã: é contra-ordenação, é CRIME, aplica-se multa, vai pra Tribunal, consultas diversas ao longo de uma hora – até, o meu leitor já sabe, a decisão final de configurar a infracção na moldura de CRIME.

Julgamento, Banco dos Réus, nervos à flor da pelel; Juiz jovem, simpático, conciliador, dadas atenuantes de não ter antecedentes criminais....este Tribunal decide absolvê-lo. Saio do Tribunal aliviado, com a sensação de que pela primeira vez na vida era bafejado pela sorte. Convido o meu amigo Cachapuz, que sacrificara uma manhã do seu tempo precioso para me acompanhar neste mau “transe”, para almoçar comigo e ao mesmo tempo trocarmos impressões sobre a estratégia a seguir para agilizar a tarefa de actualização do dito documento.
Deixa-me em casa a tempo de tirar a minha sesta habitual, após o que enceto diligências, telefónicas, com vista a acelerar o processo de revalidação. O 4º. Ou 5º. telefonema é para a Direcção de Viação e Trânsito, para confirmar os documentos necessários ao efeito.

Só que, surpresa das surpresas, sou de pronto informado de que, tendo a validade da carta terminado em 2003 – a única alternativa era tirar de novo a carta.
O que implica – já o sei agora – inscrever-me numa Escola de Condução à minha escolha, pagar à instituição a módica quantia de seiscentos e setenta e seis euros e DEZ CÊNTIMOS, frequentar trinta aulas de Código e ser proposto ao respectivo exame ( o que levará mais duas a três semanas), se tiver a sorte de aprovação esperar mais uns tempos para iniciar novo ciclo de 32 aulas práticas de condução, ser de novo proposto a exame e aguardar oportunidade para me sujeitar ao mesmo.

O que significa, com algum optimismo, cinco a seis meses de desterro num Monte à beira da Ribeira, sem poder pôr as mãos no volante de uma viatura automóvel. Nem mesmo para me deslocar à Escola e poder assistir às tais 62 aulas. Leitor meu, o que KafKa, o do Processo, não teria escrito, para nossa delícia e desassossego, se fosse hoje vivo, e neste Estado!

Senhor Estado,
seu pessoa-de-bem, seu simplex, seu avanço tecnológico, seu este, seu aquele..
Proponho este negócio, juro: Devolve-me, após renovação, a minha carta de condução e eu OFEREÇO-LHE um programa informático que fará chegar a todos os condutores desta Direccão Geral de Viação, mesmo aos infoexcluidos, um aviso, em tempo útil, de que a sua carta de condução tem um prazo limitado de validade. Por exemplo 1 mês

Não me fazem chegar anualmente um papelinho com o montante dos meus escassos rendimentos para inadiável processamento do IRS???
E olhe que há muito mais contribuintes do que condutores!
Beijinhos, senhor Estado! "


Terça, 08 de Maio de 2007 in Noticias do Alentejo

segunda-feira, maio 07, 2007

O fim de MAIO de 1968



De forma diferente estas duas eleições representam o fim de Maio de 68, que vivi directamente em Paris.
Representam o fim do esquerdismo castrador e imobilista e são o triunfo da Europa e do Ocidente

sábado, maio 05, 2007

O Governo aprovou hoje, em Évora, um conjunto de medidas para simplificar e descentralizar a elaboração e aprovação de instrumentos de gestão territorial, como os planos directores municipais (PDM) e os planos de pormenor e de urbanização.

«Quero sublinhar a importância que esta matéria tem para os cidadãos em geral, para os agentes económicos, para todo o relacionamento entre o Estado e as Câmaras Municipais e entre estas e os cidadãos e os agentes privados...
...Procedimentos «complexos e morosos» que fazem com que «desejos legítimos dos cidadãos e de agentes económicos» fiquem «presos e condicionados», frisou o ministro, justificando que se impõe uma «reforma profunda» de todos estes processos, cujas «traves mestras» já estão aprovadas pelo Governo.
«O que hoje acontece é que há o acompanhamento de um processo e, numa fase final, existe um conjunto de consultas aos organismos, um a um, e, às vezes, um parecer de um lado, obriga consultar todos os outros. Cria- se aqui uma espécie de ricochete ou carambola de pareceres que se eternizam durante anos», explicou o ministro.


Não espanta que já apareçam "técnicos municipais", que não entendem o seu oficio como deviam, -servir os municipes- e que já começam a gritar a ladainha do costume ao verem fugir-lhes o poder discricionário e prepotente de que dispunham, para obstruir, atrasar e prejudicar.

Presa e Predador



A mulher não é um predador, pelo contrário, é a presa que faz uma emboscada ao seu predador.

ortega y gasset

Coliseu de Évora


Os Touros


Como é sabido, a variedade bovina dotada de bravura é uma espécie zoológica arcaica que se perenizou na Espanha quando, muitos séculos antes, tinha desaparecido de todo o mundo.
As causas desta perduração ainda não foram esclarecidas.
Somente é patente que, nas últimas três centúrias, as festas nobres de touros, primeiro, e as corridas populares, depois, conseguiram a sua artificial conservação.
Não sei se se tem isto bem em conta.
Se se está atento a que essa função da coragem, o que na terminologia taurina se chama «casta», é superlativamente instável e sempre a ponto de se extinguir.
A fúria da nossa rês brava não se parece com nenhuma outra no mundo animal ainda existente.
Isto tornava muito difícil explicar a origem zoológica do bovino que com tanta paixão a exerce. De um lado, aparece o touro especificamente bravo rodeado por toda a parte por bovinos domésticos em que tal ou qual exemplar manifesta ocasionalmente bravura, mas que como linhagem tornaram proverbial a sua mansidão.
De outro lado, acontece que todas as variedades, espécies ou subespécies de bovinos domésticos e mansos por sua natureza, provêm de um tipo de touro originário, o bos primigenius, que era feroz.
Os Alemães chamam-lhe auerochs, o touro selvagem, e os Germanos e Celtas deviam chamar-lhe com um nome parecido, que aos ouvidos de Júlio César soava urus.
Foi ele quem introduziu este vocábulo na língua latina.


(Ortega y Gasset, Sobre a Caça e os Touros, Ed.Cotovia, 1989, pag. 129)

quinta-feira, maio 03, 2007

GUERNICA?



150.000 francos franceses, separam o quadro "Guernica" de "Lamento en la muerte del torero Joselito"